O Dieese informa: entre as categorias com data-base em junho 87,8% conquistaram ganhos reais aos salários. Outras 8,8% conseguiram reajustes em percentual igual à inflação e 3,3% tiveram resultados abaixo do INPC. Com esse resultado - embora ainda parcial - são sete datas-bases seguidas com mais de 80% das negociações com reajustes acima da inflação. Esse quadro de relativa estabilidade em níveis elevados contrasta com o observado no segundo semestre de 2023, de piora crescente nos resultados das negociações entre agosto e novembro. Em todas as regiões, foram observados aumentos reais em mais de 80% dos casos. No Sudeste, em especial, ocorreu em 89,1% das negociações. Apenas 1,1% das negociações com data-base em junho registrou O parcelamento como forma de pagamento.
PISOS
O valor médio dos pisos salariais analisados nesse primeiro semestre do ano foi de R$ 1.684,06; e o valor mediano, R$ 1.560,00. Na comparação entre os setores, o maior valor médio pertence aos serviços (1.700,55); e o maior valor mediano, ao setor rural (R$ 1.627,43). Já o menor valor médio é da indústria (R$ 1.657,40); e o mediano, do comércio (R$ 1.551,00).
VARIAÇÃO
A variação real média dos reajustes de junho é de 1,67%. O valor é ligeiramente inferior ao observado em maio e janeiro de 2024, respectivamente 1,74% e 1,71%, mas superior ao das demais datas-bases do ano. O valor do reajuste necessário (equivalente à variação acumulada do INPC nos 12 meses anteriores a cada data-base), para as categorias que negociam em julho, é de 3,70%. Ele representa uma segunda alta após maio, quando atingiu o menor patamar, desde julho de 2023.
NEGOCIAÇÕES
Com a inclusão dos primeiros reajustes salariais da data-base “junho” é possível ter uma prévia do quadro das negociações do primeiro semestre de 2024. No período, cerca de 86% das 6.728 negociações coletivas analisadas tiveram reajustes com ganhos acima do INPC; 11%, resultados iguais à inflação; e 3%, reajustes abaixo da variação de preços. No primeiro semestre de 2024, a variação real média (acima do INPC) é, no momento, igual a 1,59%.
INSTRUMENTO COLETIVO
Em relação ao tipo de instrumento coletivo, no primeiro semestre de 2024, o percentual de reajustes acima do INPC (86,9%) entre os acordos coletivos é maior. Por outro lado, entre as convenções coletivas, há menor porcentagem de resultados (1,8%) abaixo da inflação.
Luiz Carlos Motta - Presidente