Começou a ser implementado ontem, 3, o projeto-piloto de perícia médica à distância no INSS, a chamada teleperícia. O objetivo é diminuir a fila com 750 mil segurados que aguardam atendimento para receber o auxílio-doença da Previdência Social.
Mas será que a nova medida será o suficiente? Acontece que a autarquia atua com apenas 3.523 peritos médicos, número que não tem dado conta da demanda nos últimos meses.
Apesar de não divulgar número oficiais, estima-se que a Subsecretaria de Perícia Médica Federal atua com apenas 2.500 peritos no momento, porque uma parte considerável deles está no grupo de risco da Covid-19.
Ainda que a teleperícia permita a participação desses nos atendimentos à distância, é bom lembrar que a reposição desses profissionais não acontece desde o último concurso INSS para a carreira, realizado em 2011.
O INSS tem ao todo 1,5 milhão de benefícios atrasados na fila, segundo dados de setembro. Mas esse número varia constantemente, com chegada de novos pedidos, e outros que saem.
Isso somado à perda de 40% do quadro efetivo nos últimos anos faz com que alguns beneficiários tenham que esperar, em alguns casos, até meses para receber um benefício. Sendo que o prazo legal é de 45 dias.
Algumas pessoas disseram que chegaram a tentar marcar perícia seis vezes até conseguirem atendimento. Apesar disso, em setembro o INSS disse à reportagem do Fantástico que não há déficit de peritos.
Em pedido de concurso INSS solicitou 2 mil vagas de perito
No último pedido de concurso encaminhado pelo INSS ao Governo Federal, em 2018, a autarquia solicitou o provimento de 2.212 vagas na carreira de médico perito. Estima-se que esse era o número aproximado do déficit na época.
Atualmente as vacâncias já devem ter aumentado por causa de aposentadorias e outros motivos. Enquanto isso, a autarquia recebe em média 3 milhões de pedidos de benefícios por mês.
E analisar, conceder e fazer a perícia para concessão desses benefícios não é um trabalho fácil. Por se tratar de dinheiro público, é necessária uma avaliação atenta e minuciosa.
fonte: Folha Dirigida