A taxa média de transmissão (Rt) da Covid-19 no Brasil é a mais baixa desde abril, aponta levantamento divulgado nesta terça-feira (15) pelo Imperial College de Londres. Segundo números da universidade britânica, referentes à semana passada, o índice brasileiro é de 0,90, o que significa que cada 100 infectados transmitem o novo coronavírus a outras 90 pessoas, que, por sua vez, passam para 81, e assim por diante, freando o contágio. O dado reforça a tendência de estabilização da proliferação do Sars-CoV-2 no país, mas ele não deve ser lido como um sinal de que a pandemia já está sob controle e que a população pode relaxar com as medidas de combate à contaminação.
No início da pandemia, o Rt do Brasil era de 2,5 e chegou a ser de 2,81 no fim de abril, quando o país foi apontado pelo Imperial College como o com a maior taxa de contágio do novo coronavírus no mundo todo. O índice é uma das principais referências para acompanhar a evolução epidêmica, mas especialistas ponderam que é preciso acompanhá-lo por um período prolongado para atestar a estabilidade.
Além disso, por ser uma média nacional, a estabilidade da taxa de contágio não significa que a doença esteja próxima de uma estabilização em todas as cidades. Dentro da margem da universidade britânica, com o resultado atual, o Rt brasileiro pode variar de 0,8 até 1,21. Segundo a universidade, a chance de os seus números refletirem a realidade é de 95%. Em julho, o país apresentou taxa média de 1,01, uma situação definida como “fora de controle”. De acordo com especialistas, a pandemia só pode começar a ser considerada em uma situação de controle — ou pelo menos o início do contrrole — quando o Rt está abaixo de 1.
Especialistas ressaltam que o país ainda está num platô de óbitos e casos considerado muito alto, o que mantém o alerta ligado. O Brasil registrou o segundo maior número de óbitos pela Covid-19 na última semana em todo o mundo, superado apenas pela Índia — de acordo com o Imperial College, 5.007 pessoas morreram em decorrência da doença aqui nesse período.
As medidas de prevenção ainda são fundamentais, como a constante higienização das mãos, o uso de máscaras e o distanciamento social.
fonte: Extra