A Presidência da República dispensou nesta quinta-feira o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) do cargo de vice-liderança do governo no Senado. De acordo com o ministro da Secretaria de Governo Luiz Eduardo Ramos, o senador pediu para deixar o posto.
Ele deixa o cargo após uma operação da Polícia Federal, nesta quarta-feira, que encontrou dinheiro escondido na sua cueca e até entre suas nádegas.
A dispensa foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O documento, que tem como único item o afastamento do senador, diz que a saída de Chico do cargo foi a pedido. Não há indicação de substituto.
Na visão de um auxiliar de Bolsonaro, o episódio envolvendo Chico Rodrigues foi "muito ruim". A expectativa é que a exoneração do senador da vice-liderança ajude a acalmar, mas a avaliação é de que a imagem do parlamentar continuará a respingar no governo.
Rodrigues foi alvo de uma operação que investiga desvios na verba de combate ao coronavírus. Os investigadores que cumpriam busca e apreensão na residência do senador em Roraima encontraram no local cerca de R$ 30 mil. Parte das notas de dinheiro estaria entre as nádegas. A PF registrou em fotos e vídeos o momento dessa apreensão.
No pedido de dispensa enviado ao líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), Rodrigues afirma que irá cuidar da sua fedesa e irá provar sua inocência. Ele também chamou Bolsonaro de "grande líder".
"Acreditando na verdade, estou confiante na justiça, e digo que, logo tudo será esclarecido e provarei que nada tenho haver com qualquer ato ilícito de qualquer natureza", escreveu.
Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que "seria bom" se o senador "voluntariamente" pedisse para sair do cargo.
Em nota divulgada após a dispensa, a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) afirmou que a ação da Polícia Federal contra o senador "é a comprovação da continuidade do Governo no combate à corrupção em todos os setores da sociedade brasileira, sem distinção ou privilégios".
O Executivo mantém outros parlamentares investigados como líderes do governo no Senado e na Câmara, como o próprio senador Fernando Bezerra, que também foi alvo da Polícia Federal no ano passado. Para uma fonte ligada ao governo ouvida pelo GLOBO, o "constrangimento" no episódio de Chico Rodrigues supera o de casos anteriores.
fonte: O Globo